Que Deus me ajude a ser um maestro das minhas emoções neste texto. Aos que vão ler procurando erros de portugues, digo de ante mão, que vão encontrar muitos. Aos que vão ler tentando entrar no meu coração, na minha emoção, digo, as portas estão abertas.
Há 15 anos atrás começamos um trabalho, eu e Mary Adusumilli, com nossas filhas Eliza e Raíssa. Colocamos as mesmas para jogar tênis. No início era um hobbie inspirado sempre no meu gurú e meu pai Bhaskara Rao que havia me levado para jogar tênis. O treinamento era feito com uma redinha, bola de espuma e eu e Mary tinhamos que estar no campo para que elas ficassem alegres com o tênis. Raíssa tinha tres anos e Eliza tinha seis anos.
No primeiro torneio da Eliza ela chorou, o mêdo de vencer um torneio com pontos marcados e tudo a pressionou. Aqui faço o adendo, ela é a mais velha é a que abre portas para que a irmã entre. Raíssa não chorou no seu primeiro torneio pois, Eliza havia aberto a porta. Rendo aqui minhas homenagens a Eliza que sabe abrir portas e a Raíssa que sabe tirar proveito das portas abertas.
Ao longo da vida tenistica Raíssa foi campeã nacional de duplas e Eliza número um do Brasil. Com poucos anos de tênis descobrimos que o circuito universitário americano era o indicado após os dezoito anos das duas e que para a mulher a bolsa integral onde apenas a passagem é paga pelos pais para fazer universidade era mais fácil.
Com a trajetória tenistica da Eliza colocamos ela na Leander University onde por dois anos seguidos foi a tenista na equipe que melhor desempenho universitário teve e em um dos anos foi a melhor tenista em desempenho universitário e tenistico, levando-a a colocar numa placa na parede da universidade seu nome como a melhor da equipe feminina daquele ano e esta placa faz parte da história da universidade e nunca será retirada da parede.
Meu pai e gurú Bhaskara Rao, numa discussão comigo num encontro que tivemos, disse que seria muito difícil eu conseguir colocá-las para fazer universidade nos Estados Unidos, que na verdade seria impossível e que eu não me iludisse.
Hoje, dia 27 de agosto, às 22 h, Raíssa e Eliza partiram para a Leander University, vão morar juntas, estudar juntas, depois, de orações e dedicação, trabalho e luta integral da maior mãe que já vi, Mary Adusumilli, elas têm bolsa integral para cursar línguas e Raíssa ainda poderá escolher o curso que desejar. Estou sentindo que venci uma etapa. Para vencer etapas na vida temos que ter determinação, disciplina, e é isso que eu, Mary, Eliza e Raíssa tivemos ao longo destes quinze anos.
Não vencemos tudo ainda, nossa filha Eliza tem como objetivo fazer mestrado e doutorado lá com tudo pago por uma entidade amercana e já está lutando por isso. Já está também pensando em sua vida profissional e para tanto acabou de fazer um curso de espanhol na segunda melhor universidade da Espanha, em Barcelona, ao longo de dois meses, onde uma das ajudas financeiras veio de Maria do Socorro, minha mãe e avó delas, a quem agradecemos de coração.
Sinto orgulho absoluto e admiração incomensurável por Mary, Eliza e Raíssa pois, repito, vencemos uma etapa pela sabedoria que possuimos, pela união, determinação e magia de saber enfrentar as intempéries do mundo e seus descaminhos.
Só me resta continuar na caminhada de lutar pela felicidade de minhas filhas Eliza, Raíssa e Victória que não foi citada neste texto mas, será citada em vários outros envolvendo arte e cultura pois, Victória hoje toca violão com o estímulo da mãe Cristiane e vai ocupar um espaço único no meu coração que as outras não ocuparam.
É isso aí. Sou um homem feliz e dedico este dia também, ao Professor Bhaskara Rao Adusumilli que ao me desafiar que eu não conseguiria colocar minhas filhas com bolsa integral em universidades americanas, gerou em mim uma enorme determinação.
Este é o dia mais feliz da minha vida enquanto pai mas, outros dias virão e Eliza, Raíssa e Victória saberão como fazer seu pai feliz.
Chorando com emoção pois, chorar faz bem, fico por aqui, seguindo o meu caminho.
Anand Rao