Na minha época, babaca, era aquele ignóbil que agia de forma vil. No Dicionário Aurélio babaca é tolo, simplesmente, tolo. Enquanto expressão popular, babaca é termos usado para xingar, achincalhar. Enfim... É uma palavra com mil e uma utilidades.
Como pai e cinquentão resolvi refletir sobre a relação entre o adulto, maduro, meu caso, e o adolescente, imaturo, caso das minhas filhas. Não concordo nem que eu seja maduro e nem que elas são imaturas. Concordo sim que na nossa relação somos babacas mas, também somos inteligentes.
Quando é que somos babacas. Eu sou babaca quando acho que sei de tudo, que minha palavra é lei, é regra, é sabedoria e elas também. Sabedoria sim, é quando da nossa experiência mútua, tiramos um denominador comum. Um não vive sem o outro, um não “é” sem o outro.
Quando é que somos inteligentes. Quando sabemos harmonizar nossas experiências. Quando somos sábios, como citado no parágrafo anterior. Obviamente, pela própria faixa etária que possuo, já vi mais casos de erros e acertos que o adolescente, portanto, posso orientar baseado na experiência. Mas, daí a ser o dono da palavra há um vácuo muito grande. Elas, em contrapartida, vivenciaram muito mais o mundo atual, suas nuances, caminhos e descaminhos do que eu, mas, não têm experiência, têm conhecimento do “on line, on time” utilizando para raiva do Prof. Campelo, Joaquim Campelo, uma expressão em inglês. Então, seremos inteligentes quando percebermos que somos um time, nem eu posso gerir tudo sem elas e nem elas sem mim. Temos que nos ajudar, nos informar, nos conformar enfim, ser a composição, união, de um no outro, do outro no um.
A discussão, desavença, desinformação, malversação dos fatos, dos atos, gera o conflito. Para os que pensam que os artigos que escrevo falam da minha relação com meus familiares informo que as vezes a idéia é verdadeira mas, outras vezes, apesar de escrever na primeira pessoa, estou falando da experiência de outra pessoa que nada tem haver comigo, mas, que tem haver com o todo. Apesar do eu, estou falando no “nós”. O texto vale tanto para você quanto para mim, basta você se traduzir nele.
Continuando, depois desse intervalo para avaliação, afirmo que é muito importante para todos o diálogo. Os pais têm que estar abertos ao diálogo com o filho e vice versa. Algumas coisas obviamente são inquestionáveis, cabe ao pai trabalhar, ter renda, para dar suporte educacional e diário ao filho, enquanto este estiver em formação. E cabe ao filho estudar, vencer os passos diversos entre ensino fundamental, médio, universitário, e pós formação educacional, na maioria dos casos, trabalhar para que possa ter o seu próprio sustento. Obviamente há casos de gênios empresariais que param os estudos e são um sucesso na vida, estes, por outras vias, completaram sua formação por isso são um sucesso.
Portanto, afirmo, somos nós adultos e adolescentes, babacas e inteligentes, dependemos dos atos que viermos a ter como também, dos fatos que compuserem nossas vidas. A relação entre o adulto e o adolescente é uma relação de atenção 24 h por dia. Se compõe de carinho, amor, mas, acima de tudo de sabedoria, compreensão, redenção e reflexão de ambas as partes.
Agora... O trabalho para dar suporte financeiro, educacional e diário, por parte do adulto é fato, é ato que tem que ser cumprido. E a educação, por parte do adolescente, também tem que ser cumprida, é como se fosse o seu trabalho por estar sendo sustentado pelo pai. Ambos são inquestionáveis, são passos que têm que ser vencidos e cumpridos para que haja respeito mútuo e harmonia entre ambos.
Anand Rao
Jornalista, Poeta e Músico
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